segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Gravando MIDI (1)

(Essa MSG do Alex Saba pra ajudar o Helvécio com o uso de um software de gravação)

Gente, não precisa de latência pra mexer com MIDI. MIDI não tem latência.
Vejam o post anterior do Ricardo sobre o assunto

O que é a latência? De modo bem simples, é o tempo que leva entre vc pressionar uma tecla e o som de um VST ser ouvido.

Como já se comentou aqui é uma questão de combinação. Placa de audio, VSTs, HOST (que é o programa que hospeda o VST, como Sonar, Cubase, VSTHost, etc), configuração do micro desde a capacidade de memória até a quantidade de programas rodando na memória, incluídos anti-virus e todas as traquitandas que a MS empurra pra gente e as que instalamos.
Eu uso muito um programa chamado VSTHost, que é grátis. Com ele posso abrir vários VSTs e configura-los para tocarem junto ou não e brincar, testar ou só tocar. Quando vou compor, invariavelmente vou para o Sonar sem VSTs. Uso só pra MIDI.

(O que vem a seguir serve pra qualquer programa)
Em uma configuração com só uma porta de saída e uma de entrada, os synths ficam plugados em série. MIDI OUT do micro no MIDI IN do SYNTH1; MIDI THRU do SYNTH1 no MIDI IN do SYNTH2 e assim sucessivamente. O limite é de 16 synths para que eles sejam tocados de maneira independente. Cada um deve ser configurado para responder ao canal MIDI correspondente, portanto o SYNTH1 fica configurado para CHANEL1, o 2 para o CHANEL2 e assim por diante.

O synth/teclado que for usado para gravar as informações MIDI, não necessáriamente do mesmo canal, tem seu MIDI OUT conectado ao MIDI IN do micro.
Para gravar uma música: supondo que eu comece pelo piano, que é do SYNTH1. Coloco o programa para gravar o CANAL1 (não importa em qual track esteja: as tracks do programa não são os canais de MIDI) seleciono o timbre do teclado pelo programa (alguns já conhecem os synths mais comuns do mercado, senão tem como configurar isso), escolho o andamento (100, 110, 120, etc) e a divisão (3/4, 4/4, 7/4, etc) e aciono GRAVAR. Se o programa tiver um metronomo ele será acionado e gravo o piano.

Depois eu passo para outra TRACK, configuro para o CANAL2, SYNTH2 e procedo da mesma forma para gravar o baixo. Vou estar ouvindo o piano que é tocado pelo programa no SYNTH1, mas ele deve estar em modo LOCAL OFF para que ao tocar o baixo do SYNTH2 eu não ouça o piano em uníssono.
Feito isso, seleciono outra TRACK, outro CANAL (3 por exemplo) outro SYNTH e gravo o bumbo. Terminado ele, seleciono outra TRACK, coloco o mesmo CANAL (3 no exemplo), o mesmo SYNTH e gravo a caixa. Outra TRACK, mesmo SYNTH, mesmo CANAL e gravo o contratempo e pratos. Desse jeito a bateria fica em 3 TRACKS mas no mesmo SYNTH. Posso modificar alguns parametros como VELOCITY da TRACK sem afetar as outras peças da bateria.
Faço o mesmo procedimento para cada instrumento que queira adicionar.

Parece complicado no início, mas é assim mesmo. Depois fica claro que TRACK e CHANEL são duas coisas diferentes. A TRACK1 pode estar enviando sinal para o CHANEL4 onde está o SYNTH2.
Quando a placa de MIDI tem várias saídas e entradas é possível usar teclados ou controladores diferentes. Vejam só como é a minha configuração com em uma interface com 4 portas MIDI:

MIDI OUT 1: C 1 (canal 1) = TX81z, C2 = Juno Alpha 2. C3 a C12 = SC88MkII (MIDI IN 1), C13 a C15 = Wavestation SR, C16 = GR50
MIDI OUT 2: C1 a C16 = SC88MkII (MIDI IN 2)
MIDI OUT 3: C1 a C16 - QS 7.1
MIDI OUT 4: C1= Z1; C2=SPD20; C3 a C16 = JV1080
MIDI IN 1: QS7.1
MIDI IN 2: Juno 2
MIDI IN 3: SPD20 ou GR50
MIDI IN 4: Z1
Além disso tenho um KeyRig49 em uma porta USB que serve para tocar qualquer synth em qualquer porta e funciona só como controlador (não teria como ser diferente)
Depois de colocados esses instrumentos em MIDI, passo a gravar o audio, que pode ser uma guitarra, flauta, qualquer outro instrumento ou voz. Configuro a TRACK para AUDIO e gravo enquanto ouço os teclados. Aqui sim pode aparecer a latência, mas só no que está sendo gravado.
A vantagem disso é que os synths estarão sempre em primeira geração. Lembrem-se que mesmo gravando em digital, uma gravação pode ser ruim. Podem aparecer ruídos dos cabos das fontes, do ventilador de teto, do ar condicionado do quarto ao lado, da geladeira, máquina de lavar, etc. Gravando em MIDI não há ruído.

Com a música pronta, faço uma primeira mixagem, acertando os volumes de cada instrumento no programa, depois vou para a mesa de som e equalizo os timbres, acerto os PANs e os volumes da mesa. Alguns timbres precisam ficar mais altos em seu volune MIDI do que outros e a mesa é pra dar um acerto final.
Tudo tocando do jeito que eu quero, uso um gravador digital externo no qual gravo a música na sua versão em stereo. Volto ao computador e com o Sound Forge faço os ajustes de masterização necessários, preferencialmente mínimos.

Pronto, mais um sucesso das paradas está pronto.
Será que isso ficou claro?
Forte abraço
Saba
Nota: esse é um roteiro básico e o mais importante a destacar aqui é a configuração das portas MIDI e não como o Alex gera o audio. Esse é o modo como ELE faz. Você pode fazer diferente, gostar ou não.

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